Sam­ba da Mul­her do Boêmio Lavei, ar­rumei, ajeit­ei pra você ficar em casa per­fumei, en­feit­ei, es­perei pra ter você do meu la­do relevei, liguei, rezei pra não ficar mais soz­in­ha não pos­so mais com­pe­tir você é ma­lan­dro da rua e a rua não é min­ha co­z­in­hei o mel­hor ar­roz e fei­jão que sabia não deix­ei louça nen­hu­ma su­ja na pia to­do dia eu pen­sei no mo­men­to de ficar con­ti­go mas você vai, você vol­ta, pref­ere ficar com os ami­gos botei lençol flori­do, botei flor até em mim botei na vit­ro­la rolan­do um dis­co do Cocteau Twins to­do dia eu pen­sei em nós dois na janela ol­han­do a lua o prob­le­ma é que você es­col­he e pref­ere a rua es­peran­do você in­ven­tei de faz­er poe­sia mas não fun­cionou pois você é po­eta da boêmia já ví to­do filme ruim que pas­sou na TV na re­al só que­ria as­si­s­tir um mel­hor com você in­ven­to, aguen­to e crio razões pra você chegar ex­pli­co o mal tem­po, ban­di­do, peri­go, a ho­ra que fecha o bar na­da que eu ten­to fun­ciona di­re­ito pra te traz­er e por pu­ra fal­ta de força es­pero out­ra vez você o pote tá enchen­do moço meu quer­er tá deix­a­do de la­do vou in­do mas deixo um reca­do não adi­anta, não adi­anta chorar não adi­anta chorar de­pois que o leite es­tiv­er der­ra­ma­do. 2x Au­tores: Ana Flavia Gar­cia / Alessan­dro Lus­tosa / Tia­go Gas­ta / May Bu­car